sexta-feira, 20 de maio de 2011

Minha Primeira Viagem a Tatipirum

      Domingo passado, 15 de maio de 2011, fiz minha primeira viagem a Tatipirum. A chegada foi repleta de ansiedades, desejos, sonhos, boas expectativas e ótimas lembranças da época de espectadora da peça, no início de minha caminhada no teatro. Se a chegada estava carregada de energias boas, não posso dizer diferente da receptividade. Todos os ‘Meninos Pelados’ empenhados em compartilhar comigo o sonho de Raimundo… Um espírito de leveza se tornou presente no ambiente e, aos poucos, a ansiedade foi dando espaço à tranqüilidade.
      Durante toda a semana, em diversos momentos dos meus dias, os pensamentos chegavam a Tatipirum e uma experiência em particular despertou em mim o desejo de compartilhá-la com os companheiros dessa nova jornada… Uma Oficina sobre A Alegria da Contracena, ministrada por Roberto Lúcio. Todas as descobertas sobre a contracena me faziam ansiar por viver plenamente essa entrega entre os atores nos ensaios, nas apresentações… Me faziam ansiar pelas crianças na platéia, vivendo conosco o ‘Sonho de Tatipirum’….
      Muito do que é a contracena eu pude sentir no meu primeiro contato com o
elenco, no meu primeiro ensaio: a disponibilidade de ajudar o outro em cena, o ‘estar aberto’, a sintonia, a confiança, o entrosamento… Que Domingo chegue logo!!!! E que seja tão bom quanto o passado…ou ainda melhor!!!! Que cada passo dessa nossa jornada seja repleto de entrega, de envolvimento, de apoio, de descobertas, de leveza, de amor, de sonhos compartilhados…E que a ALEGRIA da Contracena só aumente…
      Não posso deixar de finalizar agradecendo a todos os ‘Meninos Pelados’, que me permitiram entrar no sonho deles para fazermos dessa bela história uma grande festa…


                                                                                                                          Por Camila Buarque

terça-feira, 10 de maio de 2011

Repetir para se energizar.

   Para começar a terça-feira bem, coloco aqui o texto feito com carinho pelo amigo e ator Amaro Vieira, o querido Pirenco.


      A terra ficou por um ensaio, LITERALMENTE dos Meninos Pelados!! Neste domingo chuvosode dia das mães, apenas o elenco masculino compareceu para ensaiar, será que estão ficando distantes de suas mães? Acho que não!! O fato é que puderam desfrutar de um ensaio marcante e bastante importante Para o aprimoramento de seus personagens e segurança nas ações em cena. A palavra da vez foi à repetição!
      Depois de todos os exercícios desgastantes fisicamente, que já comentamos por aqui, este ensaio trouxe algo ainda mais intenso. Dos pés a cabeça foi sentida essa intensidade em forma de energia e liberação de suor... muuuuito suor! A posição de pés, tensão de pernas, equilíbrio dos quadris, extensão da coluna, braços expressivos e máscara montadas proporcionaram a todos uma nova perspectiva no olhar do ator para com seu personagem, daí chegamos no ápice do nosso domingo.
       Encontrando seu caminhar ou sua máscara ou até mesmo um gesto, o trabalho de repetição e aprimoramento dos movimentos fizeram com que outras características fossem encontradas, percorrer o espaço e se deparar com o trabalho de um Carro, em outro extremo um Tronco se transformando, um Sardento se olhando e um Raimundo se encontrando. Isso fez com que um
Pirenco se reanimasse e liberasse suas energias....textos diversos, situações de subtextos trouxeram um outro prisma.

      E cantar o dorme Raimundo na sacada de um dos prédios do Recife Antigo, só em vozes graves, vendo pombos a voar, pessoas a nos observar e um lindo círculo de paralelepípedos no centro da rua da Moeda bem próximo a estátua do Chico Science, foi algo lúdico e mágico que concluiu as atividades deste belo dia das mães!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Diante da Ausência . Diante da presença do Ator

Segundo ensaio de maio. Quando o processo se “abril!
Diante da ausência
  Vou começar falando de ausências. A ausência do ator na cena. Desde a não ida ao ensaio, a ausência de que mesmo ele estando em cena percebemos sua ausência e quando vemos o ator em cena percebemos que ele sente a ausência dos outros que se ausentaram  do ensaio. Aquela solidão  ... Silêncio... Reticências... Manhã de domingo... Tempo chuvoso. Sacrifício... E não estão todos lá... E agora José? Um misto de raiva e desânimo. Do ponto de vista do ator é cruel do ponto de vista do diretor é crueldade. Como agir? Como o encenador deve agir nesse momento de ausências?  Como ser humano, sentir raiva. É, faz parte da natureza. Depois, em segundos, internamente se liberar desse sentimento e buscar trabalhar nas ausências. Como? Trabalhando aos presentes, com os presentes.
      O diretor tem que nesses casos superar, se superar, para não deixar tudo ir para o “descaminho”. E ai acontece um fenômeno interessante: o diretor se transformar em ator. Pois ele tem que suprir as ausências, sendo os atores e as atrizes que se ausentaram. O desdobramento de sua função é onipresente. É a onipresença que o faz, e o que fez surgir para o teatro. Claro que alguns teimam em ser onipotente e onipresente. Mas ai é outra categoria de diretores. Cada uma tem a sua.  Prefiro o onipresente. Pois isso requer dizer que o diretor deve e tem como obrigação estar em todos os pontos de criação de uma encenação e  é nesse momento que ele tem que atuar para os presentes que estão no ensaio, no processo,atuar para o próprio ator, com o próprio ator. Mesmo sentindo as ausências dos outros.  Para fechar esse capítulo sobre ausências finalizo que: diante da ausência do ator, o diretor, tem que se fazer ator, se fazer mais... Presente!
 Diante da presença
       Atores presentes, mas percebo certa ausência deles por vários motivos: data comemorativa. Dias das mães, domingo pela manhã, tempo chuvoso, e nem todos no ensaio. E a cena que tenho que contracenar? Com quem?  Como vai ser?  Há neles a ausência de motivação, de desânimo pela não presença dos outros. Hora de atuar! De motivá-los para o ensaio, para  a cena. Tinha elaborado um roteiro de exercícios físicos e psicológicos. Trabalhar as partes do corpo, isoladamente, sentir os pés, as mãos, as costas, os artelhos... As partes isoladas para o complemento do todo. E assim deixo primeiro eles se aquecerem vocalmente, musicalmente, pois a música acalma a fera, faz relaxar, transcender.
       Aproveito para na passagem das músicas, trabalhar a sonoridade já na cena, sem os exercícios físicos e psicológico. E foi criado, acrescentado um novo movimento para uma cena já existente, dando assim uma nova motivação para presença deles, naquele domingo chuvoso, e sem intervalo iniciei os exercícios descritos em mais de uma hora, para que eles sentissem cada parte isoladas, trabalhasse irradiação,  contracenação  percepção tátil com os objetos presentes na sala. 
       O resultado era íntegro, verdadeiro, intenso e sentir a presença de todos e  com os personagens vivos e presentes, mandei-os que contracenassem entre eles sem que se preocupassem com marcas, ordem cronológica, tempo e espaço, e assim ao mesmo tempo que estavam  em cena com um, corria para outro, e o outro já se dirigia para outro e já estava em outra situação,mas que sentisse a presença do rosto no espaço, o pé, as mãos, o outro. 
      Encerramos em círculo, cantando e tocando a música do espetáculo. E assim a todos estavam presentes naquela manhã de domingo, de mães, chuvas, Raimundo, Tronco, Carro, Pirenco, Sardento, violão, percussão, Leila Chaves, Tiago Nunes, Samuel Lira, Amaro Vieira, Pedro Ivo, André Caciano, Erick Lopes e o diretor satisfeito com aquelas presenças ...
   POR SAMUEL SANTOS

Dia do Trabalhador, dia do ator, dia de Teatro.

      No domingo, tudo se anima, tudo se alegra. É sempre uma felicidade ir a Tatipirum. Talvez muitos não consigam atingir e sentir a dimensão que isso nos traz, do que isso significa ao grupo, mas é certo, viajar com Raimundo é sempre um prazer.
      As novas marcações são de arrepiar. Como é que o ser humano pode ser tão cruel a coisas e pessoas que não o convém. O sofrimento de um terceiro alheio, muitas vezes não toca no coração, não comove, não move nada.
      O Raimundo sofre, é oprimido, preterido do grupo de meninos que não conseguem sonhar com a 'terra prometida'. Julgam a loucura por bem pouco. Não há insanidade, há sentimento e desejo de um lugar melhor que areja vento fresco de felicidade.
      Carro, Tronco, Laranjeira, Meninos Pelados... Chegamos lá! E vamos que vamos atrás dessa nossa história.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

17 de abril (5º ensaio)

      Chegamos enfim ao nosso primeiro mês de ensaios. Um domingo de muitos exercícios, dos vocais aos físicos. Momento de por em prática os estudos feitos em grupo, aqueles trazidos de casa e toda bagagem acumulada ao longo dos anos.
        Depois do corpo quente e da voz trabalhada, chega o tempo de doar a alma ao trabalho proposto.
        O desejo era de entrar na casa que há muito não se visita. Era a vontade de rever cada cômodo, mexer nos móveis deixados, mudar a ordem das coisas sem perder sua essência.
        Tudo muito breve mas de uma intensidade indelével. Um instante rico e cheio de magia. É investir naquilo que nos pertence, por mais que ainda exista um 'quê' de desconhecido. Apesar disso, uma certeza enorme do resultado positivo e do carinho com que isso é feito.
        A cada encontro, vivemos juntos aquele sonho que nasceu há tanto. E é preciso deixar o coração pulsar para que o sonho ganhe cada vez mais beleza, vida e verdade.

terça-feira, 12 de abril de 2011

10 de abril (4º ensaio)

Faltam-me palavras exatas para dizer um oceano de sentidos deixados desde o último ensaio. De certo, ele não veio ler o post referente ao ensaio de dia 03 de abril, mas hoje, tomada apenas pelo desejo de manter-me respeitosa às devidas opções de vida, quero deixar claro que o amor nutrido ao longo de anos pela arte que construímos juntos, permanecerá independente dos caminhos eleitos. Como às vezes uma imagem diz mais que mil palavras (perdoem-me o clichê!), aí vai como lembro de tu, 'Raimundo':
Agora o "Dr. Raimundo Pelado" voltou  pra Cambacará de vez; mas a gente continua sonhando Tatipirum da melhor forma... e foi assim que o nosso 4º ensaio para realização do Projeto Geografia Poética, se deu. Tem sido exautivo acordar os músculos adormecidos de nossos corpos uma década mais velhinhos, mas isso é bom (tá até fazendo Amaro querer ser Maratonista ihihihihihih). Os exercícios direcionados aos diversos personagens que a gente defende têm sido de uma importância gigante para ativação de nossos poderes criativos, afinal de que serve ser ator se não for para despertar essa potencialidade a todo instante?!


Sinto-nos felizes, transbordantes e um pouco exaustos de um dia a dia carregado de realidades tão cruéis quanto absurdas (isso aqui, é só pra deixar registrado o quanto lamentamos a existência de energias tão mal canalizadas quanto a do infame Wellington Menezes)... Fazemos teatro para isso, para nos salvar! Para atingir sentimentos sublimes e, com eles, tocar almas. Somos o nosso instrumento e a nossa luz. Nos damos de presente embalados com a fita mais colorida, porque o nosso alvo é apenas o sorriso que antecede a boa surpresa. 
Mais do que descrever o exercício do nosso ofício semanal, venho - representando o Grupo - levantar reflexões que contribuam para um mundo mais harmonioso. ESSE É O NOSSO TRABALHO!*


*Pouco nítida, a imagem, porque "O essencial é invisível aos olhos".


Uma ótima semana a todos!

A Criança na História


Antes de falar, escrever sobre a linguagem do teatral infantil, ou mesmo do teatro feito para criança, é preciso recuar um pouco no tempo, para entendermos primeiro o que é criança e o que vem a ser a criança na sociedade de hoje e de antes. É preciso descobri-la, entende-la na história para termos uma base sólida e saudável para a construção de nossos trabalhos artísticos direcionados a ela.     Digo que simplesmente entendê-la é o princípio básico para  toda e qualquer obra .
 Vou me transportar um pouco no tempo e espaço pra poder fincar as bases do (re) conhecimento e vou atravessar o tempo e ver uma época  que a  criança era tida como um anônimo na história  : a Idade Média .  O registro (não só nessa época ) trata quase sempre do adulto, dos seus feitos heróicos, das suas  guerras, invasões e conquistas e   negando a criança  na vida social e pública. Só por ai já poderíamos nos indagar: e a criança nesses acontecimentos históricos como vivia, como sobrevivia? Existiam crianças?   Bem, claro que existiam, mais o processo era delicado para ela, pelo simples fato de serem crianças e não poderem fazer os trabalhos braçais, não ir à guerra, não conquistar países e não  poder empunhar armas.  Ela, para o adulto era um estorvo, um peso morto na sociedade, um desmilingüido.     Considerada impuro e em alguns casos mau agouro (com aquelas que nasciam deficientes) ou aquelas que eram “endiabradas”, no caso, hoje, imperativa.  A família na tinha nenhuma relação de afeto e carinho com seus filhos, não havia o sentimento de infância, não se respeitava as diferenças entre adulto e criança. Tudo era uma coisa só. Assim que nasciam e pouco tempo depois que desmamava (entre os sete anos) já entrava na vida braçal, na vida  do adulto, pois no entendimento da época, ela   estava pronta para encarar o mundo. Nessa época também  os infanticídios  eram altíssimos e esses infanticídios eram cometidos pelos próprios pais! Como se davam essas mortes? Muitas crianças morriam asfixiadas e as explicações dos genitores eram: “que como o filho deles dormia na mesma cama sem que eles percebessem, no meio da noite deitou-se sobre o corpo franzino sem querer, um acidente, aí ele morreu.”
Tentar localizá-los sobre a época que apontei minha bússola. Bem eu estou na idade média. Falo sério, não estou aqui e agora estou na idade média. Embora os fatos se repitam, e assumam outros contornos. É também nessa época, ou melhor, no final dela que alguns avanços significativos embora a passos lentos contribuíssem para a idéia de criança e das suas transformações na sociedade e na arte e na educação.
 O que era a o povo desse tempo? Vou de novo me transfigurar como uma criança que ao mesmo que faz do seu sapato um carro, um avião, uma boneca, vira pai, mãe tio e professor (ela é o legitimo ator), e no meu caso vou ser um de historia.

Aula de historia:

A idade média que se  inicia com as invasões bárbaras no século V sobre o império romano no ocidente. Uma época de guerras economia e sociedade rural, sociedade hierarquizada e supremacia da igreja católica.   A estrutura política dessa época que prevalece é da vassalagem e suserania. O suserano dava lote de terra ao vassalo para ela produzir e ao mesmo tempo prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção.  Como dá pra ver a estrutura dessa época priorizava o homem produtivo. Então a criança como um ser desmilingüido (adoro essa palavra, tão infantil) sofria as conseqüências e desvantagem da época e por isso não tinha muito tempo pra ser criança, pois aos sete anos já era enviada as lavouras, a vida adulta e iam a ambientes tipo tabernas, bordéis... onde os adultos freqüentavam.
Com o avançar do século a igreja lança o movimento de moralização da humanidade e da família. Até imagino os bispos, padres e outros  da família canônica reunidos:

- Poxa tá demais!
- É! Estamos perdendo novos cristãos. Não  “tá” sobrando um menino pra contar historia?
- Vamos moralizar essa turma aí bispo!
- Isso!   
Claro que o diálogo existiu, mas não com esse despojamento de linguagem. Estou sendo imaginativo.

  A igreja em conjunto com o Estado tira um pouco a criança do trabalho pesado e a coloca numa espécie de quarentena ou clausura ou prisão até para ter sua estrutura dignificada. Essa quarentena na verdade tem outro nome: Escola.  Isso mesmo escola, a criança vai para escola para ela aprender os bons costumes e a  moral. Claro que essa escola criada não era uma escola no moldes de hoje ou foram feitas pra um cunho pedagógico curricular. O intuito dessa escola era corrigir os “endiabrados”, os impuros. Como eram taxadas a crianças dessa época. Crianças que viviam pecando, sendo comilonas, preguiçosas, brabas, desobedientes, briguentas, mexeriquentas, faladoras, sem religião. Mas ora meu Deus do céu, isso é próprio delas!  Está ai nessas AÇOES a essência genuína infantil! Engraçado, hoje se a criança não agir assim dizemos: está doente! Ou perguntamos mesmo: esse menino está doente?  Não corre, não pula, não come... Mas antigamente pra sociedade, família e igreja, era ao mesmo tempo, esses meninos, uma mancha negra que precisava ser apagada e “páginas em branco” a serem preenchidas pelos adultos.

A escola dessa época na qual a criança estudava não tinha nenhuma preocupação pedagógica e com sua faixa etária. Eram salas de estudos livres podendo conter até 200 alunos, entre adultos, velhos, adolescentes.  
No final do século XV e começo XVI a sociedade é cobrada, a família é cobrada a ter mais cuidado com a criança a necessidade da afetividade fraterna pelos filhos. E a passos lentos isso vai sendo aplicado e conquistado. E essa conquista parte principalmente de quem? Da igreja? Do estado? Não! Parte principalmente da criança que cobra o seu direito as suas necessidades enquanto criança, ou seja, a própria natureza humana querendo ocupar seu espaço lúdico e poético nada sobrevive sem o jogo onírico e lúdico. E como elas cobravam o seu direito? Organizando passeatas, com cartazes, fazendo greve? A criança reivindicava sendo briguenta, desobedientes, faladoras e a recusar de ir à igreja. Claro que elas cobravam aos pais um colo, um beijo, um passeio e: “não quero trabalhar hoje, vou brincar!”

Os pais se aproximam mais dos filhos a escola começa a pensar a criança e suas especificidades inclusive a separar por idade. As escolas que eram verdadeiros internatos se transformam em externatos por reivindicação dos próprios pais que queriam ficar com seus pimpolhos
A escola teve um papel protuberante na construção de uma ciência feita para criança principalmente a psicologia.
 
Com o final do século dezenove e chegada do século vinte, a escola avançou assim como a família e a sociedade como um todo.  A ciência vem para contribuir consideravelmente e quem teve um papel nessa nova visão de infância foi o psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget. Esse senhor estudou como ninguém o desenvolvimento mental da criança. Piaget aprende com seus filhos, que elas, as crianças, passam por alguns estágios até chegar à vida adulta. E esses estágios são:

* Estágio sensório-motor: de zero a aproximadamente 18 ou 24 meses.
* O estágio pré-operacional: aproximadamente de dois a seis ou sete anos.
*  O estágio operacional-concreto: de cerca de sete até aproximadamente 11/12 anos.
*   O estágio operacional-formal: a partir de aproximadamente 11/12 anos
A escola evoluiu quando o russo Piaget coloca as fases de desenvolvimento da criança em faixas etárias e coloca assim uma base sistemática e lúdica para o entendimento da psicologia infantil. E daí a linguagem do teatro infantil ganha um conhecimento que não tinha antes: o de entender como a criança pensa e age em determinadas situações (fases), de saber suas especificidades.
 O simples fato de saber o que a criança enfrentou ao longo da história me deu uma nova visão das minhas obras no teatro seja como autor ou diretor. Saber disso me fez ver o teatro com outros olhos, não só os meus olhos e sim os olhos dela: o da criança.

Por Samuel Santos
(Autor e diretor teatral )