sábado, 25 de junho de 2011

Aos que fazem a Terra

    Às vésperas da tão sonhada volta e do início do projeto que dá nome ao nosso blog, "Geografia Poética", o diretor Samuel Santos escreve aos partipantes do processo para o espetáculo "A terra dos meninos pelados". Emoção e carinho em cada linha. Confiram!

Preciso Estudar a minha Lição de Geografia Poética.

    A todos que fazem e que estão fazendo essa roda girar quero dizer: 
Próximos, bem próximos de voltarmos à terra de Tatipirum.  São seis anos sem visitá-la.  Sem ver o rio de sete cabeças, laranjeira, Senhor Tronco, a Guariba. Por onde andam “os meninos “ da Guariba? Por andam os meninos que deram vida: Talima, Fringo, Sardento, Nira, Pirenco?  Estão  voltando, voltando. Para onde? Cadê todos! Trarei os meninos bons... mas nem todos virão.. Tiveram que ficar na terra Brasilis. Era necessário?  É obrigação. Enfim. A Serra de Taquaritu já está sendo avistada. Começo a sentir o cheiro... O som... A música...“um dia irei para meu país... “
     As roupas estão diferentes... Ganharam um ar mágico, imponente e liberto. Gente vestindo roupas de Tatipirum; dirá a Aranha. E quando contarmos de um até dia nove, nós chegaremos!  Boca de forno, forno! Eu quero que todos  sonhe esse sonho!
     E quando um mosquito  zumbir perto de mim, é por que eles chegaram. Talvez se estranhe bem pouquinho... Mas quem é essa? E esse? Essa é Camila, esse é Fernando. Vieram com a gente.  Era necessário? Sim!  São necessários. E os outros? E aparecem Andrea Nira/Guariba, Lívia laranjeira/Talima, André Carro/Grandão, Amaro/Pirenco, Erick Tronco/ Sardento, Leila, Tiago, Duan.  Eles voltaram e trouxeram outros meninos bons com eles!  Olha, eu tenho um projeto? Fale... Mas andando assim...  Ei! Você não era aquele menino que ficava  sentado tocando na flauta poesia? Era sim, sou eu mesmo.  E por que dessa cabeça pelada, esses olhos de duas cores? Eu sou Raimundo! Raimundo... Esse nome é bem... Conhecido... Raimundo... Raimundo! Sim!  Eu sou Raimundo! Antes era o Raimundo que tocava flauta, hoje continuo tocando, mas agora estou também  o Raimundo da palavra, do texto, da cena... Era necessário? Sim.
     E o meu projeto? Sim, conte!  Eu queria que todos tivessem... Tivessem o sonho. Um sonho ele pode ser diferente, um do outro mas que todos tenham um sonho para deixar cada rosto igual, no sonho e na poesia. Eu sonho tanto que às vezes não ”cabe” dentro de mim, eu sonho tanto que às vezes não cabe dentro de mim...


Samuel Santos

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